segunda-feira, 21 de junho de 2010

O crime artístico do século XX

"É a profissão mais impossível do mundo. Sou um estúpido por ter virado um 'andador de corda', mas eu não escolhi. Sou um prisioneiro daquilo que amo"
(Philippe Petit)

As Torres Gêmeas de Nova Iorque que sofreram o atentado do dia 11 de setembro já em seu princípio chamaram a atenção de todo o mundo pelo fato inusitado que ali acontecera. Phillippe Petit, 24 anos, um artista francês fascinado por números de malabarismo e equilibrismo, no dia sete de agosto de 1974, atravessou oito vezes o espaço entre uma torre e outra a uma altura 417 metros.

Para tornar real seu grande sonho, Petit estudou durante seis meses a estrutura das torres. À época, as torres ainda estavam inacabadas e, utilizando-se repetidamente de cartões de identificação falsos para ter acesso a elas, o acrobata, juntamente a seus amigos, analisaram incansavelmente o World Trade Center para poder descobrir como poderiam estender o cabo de uma torre à outra. Escondeu cabos e preparou-se para o momento. Como não havia possibilidade de ensaios, tudo tinha que ser milimetricamente planejado. Finalmente, na manhã do dia sete de agosto, os nova-iorquinos se surpreenderam ao olhar para o céu: lá estava o artista francês, caminhando entre a névoa e - aparentemente - sobre o vazio. Alguns lhe chamaram de louco, outros, de anjo. Já Petit, em entrevista dada ao telejornal CBS Evening News, disse apenas que não havia um porquê, quando via um lugar bonito onde podia estender sua vara simplesmente não conseguia resistir.

O que ficou conhecido como "O crime artístico do século XX" acabou sendo documentado, anos depois, pelo diretor inglês James Marsh. Baseando-se no livro escrito pelo próprio Philippe Petit, To Reach the Clouds, o documentário que ganhou o nome de "O Equilibrista" foi lançado no ano de 2008 e, assim como a ousada atitude de Petit, foi um sucesso, ganhando o Oscar de melhor documentário na 81ª edição do festival.

Por Rafaela Gambarra

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