Localizado à norte de Cabul, no Afeganistão, e construído em 2002 como uma prisão temporária em uma antiga base aérea soviética, o Centro de Detenção de Parwan tem cerca de 600 prisioneiros amontoados em péssimas condições. Militares que conhecem as prisões de Guantánamo e de Bagram descrevem a prisão afegã como sendo ainda mais rígida. Os prisioneiros têm menos privilégios, menor capacidade de questionar seu encarceramento e quase nenhum acesso a advogados.
Em entrevista dada a BBC (veja mais aqui), os ex-detentos afirmaram que eram espancados, impedidos de dormir e ameaçados com cães. Nenhum dos detidos havia sido acusado de crime ou julgado, simplesmente estavam sob suspeita de pertencerem ou ajudar a Al-Qaeda ou ao Talebã.
Pouco se tem conhecimento deste centro de detenção americano porque a imprensa é proibida de visitar o local. Em toda a base, as regras são rígidas para os jornalistas: não se pode tirar fotos ou fazer entrevistas se não estiver acompanhado por um oficial e, nos raros casos em que essas são feitas, não se podem revelar localizações exatas ou detalhes de operações.
Apesar de ter prometido que iria fechar o centro de detenção de Guantánamo antes do dia 22 de janeiro desse ano, Barack Obama, o atual presidente dos Estados Unidos, não chegou nem a mencionar o centro de detenção de Bagram em seus discursos na cerimônia de posse no início de 2009. Por não ter chegado a cumprir, até hoje, nem mesmo sua promessa em relação ao centro de detenção em solo cubano, pouco se espera que faça no que diz respeito a Bagram.
Por Rafaela Gambarra
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