A mente humana é uma máquina geradora da criação. Pode-se ver muito disso nos dias atuais, em que a tecnologia tomou a frente das atitudes humanas, sempre se tem uma nova criação, o homem é fascinado pelo novo. A novidade, a visibilidade de um futuro o extasia. Mas na mesma proporção de construir as mais belas e desenvoltas tecnologias o homem se mostra capaz de cometer as maiores atrocidades, provocar os maiores desastres, causar as maiores tragédias já sofridas pela humanidade. E nesse ponto também não há ninguém que supere o homem como ele mesmo.
O homem cria para destruir, isso é uma antítese, visto que não é esse o objetivo da criação. Observamos a criação de bombas, que parecem serem feitas sem um sentido aparente, apenas para mostrar o poder bélico de uma nação, mas que geram as maiores guerras já vistas. Hiroshima e Nagasaki são os maiores exemplos até hoje, a Little Boy e a Fat Man deixaram desastres incalculáveis, e então onde está o sentido da criação?
O mais atual nessa discussão é Deus. Ué, Deus não é o criador? Será que ele manda destruir também? Pois é, os atentados terroristas têm aí a sua base, une-se a criação feita por Deus, ou seja: o homem, e uma das criações feitas pelo homem — as armas de destruição — que, sem nenhum pudor e apenas com a intenção de defender bases religiosas causam tragédias inenarráveis. “Homens”, sem nenhum pudor, tiram sua vida e a de milhares de pessoas, que muitas vezes não sabem nem o que se está se revogando, pessoas inocentes, por motivos religiosos, patriotais, culturais, e inúmeros outros. Aliás... Pode-se encontrar um motivo para tal atitude?
Os “humanos” são capazes de matar, de destruir aquilo que outros humanos com tanta labuta constroem. Afinal, o que é ser humano então? Qual o real sentido dessa palavra? Tudo bem que ser humano não significa ter de compartilhar dos mesmos ideais, mas pensando bem, será que essa humanidade não seria ao menos um motivo de união entre esses seres?
Vivemos, nos tempos atuais, o terror da incompetência de não sermos humanos, possuímos intrínseco ao nosso ser, a condenação a vivermos nos antros do egoísmo, aonde o “eu” traz consigo o imperialismo de um mundo onde se diz se pensar no próximo, mas, e aqui podemos colocar o exemplo dos nossos queridos políticos, quando sentem o poder dessa ‘humanidade’ só pensam em si. E afinal eu como humano tenho que estar inerentemente a favor dessa palavra grande e que traz consigo o peso do humano, a “humanidade”? Aparentemente sim, mas não é isso que se observa ao se pensar em pessoas capazes de dar sua vida em um sacrifício por um ideal que aparenta ser para um todo, quando ele sabe que vai encontrar um paraíso esperando por si. Encontra-se novamente o império do eu, do egoísmo, da criação em prol da destruição, do humano em prol do desumano.
O terror gera o terror, o desumano gera atitudes desumanas. Talvez seja hora de se colocar o ‘humano’ como canal de atenções para que quem sabe um dia, a paz não seja o ponto de chegada de uma humanidade que, apesar das guerras vai lutar, acima de tudo, por um lugar comum, um lugar de ‘ser humano’.
Por Othacya Lopes
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