Veja agora na íntegra a entrevista que deu origem a matéria literária da 2ª edição do jornal "Questão de Ordem"
Toque o interfone e espero na porta de entrada por um sinal que me conduza até meu entrevistado. "Assalam waleikum", diz alguém lá de dentro. Tiro as sandálias e o acompanho até a sala, onde conversarémos.
Toque o interfone e espero na porta de entrada por um sinal que me conduza até meu entrevistado. "Assalam waleikum", diz alguém lá de dentro. Tiro as sandálias e o acompanho até a sala, onde conversarémos.
Com 28 anos, Ahmed Andrade trabalha com desenho publicitário e estuda Marketing Avançado. Descobriu a religião em 2007 e desde então freqüenta o Centro Islâmico de João Pessoa para meditar e se aproximar de Deus.
QO - O que você fez no dia 11 de setembro de 2001?
AA - Eu ainda era cristão em 2001, sO me reverti em 2007. Acordei tarde, liguei a tv e tinha um prédio em chamas em todos os canais. Fiquei eufórico quando ouvi falar de atentado terrorista. Comemorei efusivamente. Na minha cabeça de jovem os Estados Unidos estavam levando uma lição que mereciam. Fui me arrumar pra sair enquanto ouvia os relatos do atentado na rádio CBN. Só pensava em ir para a casa de um amigo que também devia estar comemorando. Fui com a bandeira do Brasil nas costas e chegando lá falamos o tempo todo que era bem feito, tentando, de alguma forma, justificar nossa alegria naquela hora.
QO - Você nao pensou que aquele ato prejudicou também a imagem daqueles muçulmanos que não compartilhavam da mesma ideia?
Prejudicou sim. Este atentado foi usado como justificativa para atacar o Afeganistão e o Iraque e para outras muitas medidas anti-islamicas pelo mundo, como confisco de dinheiro, e a criação de campos de concentração para muçulmanos, como Guantanamo.
QO - O que o 11 de setembro representou pra você?
AA - Tornou o islã mais evidente e de certa forma me fez pesquisar mais sobre o islã quando, ainda cristão, descobri (o que 30% dos americanos já sabem) que o 11 de setembro nada teve a ver com muçulmanos. Nem bons, nem maus muçulmanos, nenhum muçulmano. Porém, o 11 de setembro não foi o motivo, nem teve peso algum na minha conversão, foi apenas o que tornou o islã mais discutido, por sua vez mais visível para mim - que, até então, nada sabia sobre o islã. E daí, lendo, pesquisando, debatendo, descobri a única religião verdadeira diante de Deus.
QO - Por que você se converteu ao islamismo?
Minha conversão foi comparando os livros, comparando as teologias, buscando as fontes, os textos originais e etc... Indo fundo nas pesquisas, passei a ser muçulmano, no sentido de acreditar nos pontos básicos do islã, mesmo antes de conhecer o islã e saber que aqueles eram os pontos básicos da fé islâmica. Daí então, com o 11 de setembro, com o conflito na palestina e outros eventos, o islã foi ficando em evidencia e, conversando com muçulmanos na internet descobri que aquilo que eu já acreditava era islã. Em 2007 fiz minha Shahada (confissão de fé) diante de três irmãos aqui mesmo, em João Pessoa.
AA - Tornou o islã mais evidente e de certa forma me fez pesquisar mais sobre o islã quando, ainda cristão, descobri (o que 30% dos americanos já sabem) que o 11 de setembro nada teve a ver com muçulmanos. Nem bons, nem maus muçulmanos, nenhum muçulmano. Porém, o 11 de setembro não foi o motivo, nem teve peso algum na minha conversão, foi apenas o que tornou o islã mais discutido, por sua vez mais visível para mim - que, até então, nada sabia sobre o islã. E daí, lendo, pesquisando, debatendo, descobri a única religião verdadeira diante de Deus.
QO - Por que você se converteu ao islamismo?
Minha conversão foi comparando os livros, comparando as teologias, buscando as fontes, os textos originais e etc... Indo fundo nas pesquisas, passei a ser muçulmano, no sentido de acreditar nos pontos básicos do islã, mesmo antes de conhecer o islã e saber que aqueles eram os pontos básicos da fé islâmica. Daí então, com o 11 de setembro, com o conflito na palestina e outros eventos, o islã foi ficando em evidencia e, conversando com muçulmanos na internet descobri que aquilo que eu já acreditava era islã. Em 2007 fiz minha Shahada (confissão de fé) diante de três irmãos aqui mesmo, em João Pessoa.
QO - Como sua família encarou a notícia que você havia mudado de religião?
AA - Não se opuseram de forma direta, mas vivem numa gangorra entre a aprovação e o não levar a sério. Minha mãe, é a única realmente religiosa entre eles, ela ainda nutre a esperança do meu retorno ao que ela chama de “a religião da família”.
QO - Por que vcs acreditam q não foram muçulmanos que atacaram o EUA?
AA - Uma boa evidência é que não houveram investigações para o caso. No mesmo dia do crime já haviam culpados. A investigação mais longa e complexa da história dos EUA foi para descobrir quem enviou as cartas com antrax para políticos americanos a partir de 11 de setembro. O antrax matou cinco pessoas, por que então, a maior investigação já realizada não foi sobre o World Trade Center que matou 3 mil?
QO - Como a religião muçulmana é vista aqui em João Pessoa?
Os pessoenses tem uma tendência a respeitar e a serem curiosos. Porém, há as exceções. Entre os céticos radicais há críticas baseadas sempre no medo imposto pelo terrorismo psicológico da mídia. E na outra ponta, há os cristãos mais afoitos. Entre esses cristãos há níveis de hostilidade que é fácil medir. Quanto mais interesses financeiros envolvidos, mais hostilidade. Mas essas são as exceções.
Por Michelly Pedrosa
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